Guardamos da infância as memórias que mais gravadas ficam na pele.
Quem viveu os gloriosos 80, tem de se lembrar das brincadeiras na rua, do não ter preocupações nenhumas a não ser brincar, das gargalhadas que faziam doer a barriga… Digo muitas vezes que a felicidade está nas nossas mãos aí, e depois deixamo-la fugir.
Nunca voltaremos a ser tão genuínamente genuínos, isso é certo. Por isso a nostalgia vende tanto e a emoção de recordar, essa que nos faz velhos, é também a que nos mostra tanta coisa vivida, catano!
Há sempre uma fase intermédia de afirmação adulta em que queremos ser sérios e parecer muuuiiito inteligentes. Produzimos muito. Queremos ser muito. Temos sempre grandes problemas para resolver e é nessa fase que muitas vezes a famosa criança interior é quase sempre abafada em ironias, sarcasmos e dureza de pele.
Os poucos que fogem a este caminho libertam mais cedo os seus demónios e a vida flui-lhes mais.
Porque mais tarde, quando percebes o teu lugar no mundo, tudo ganha perspectiva e a criança volta a sair.
Para rir.
Chorar.
E encontrar-se.
Opá, olhem, eu confesso.
Tento ser parva todos os dias.
Aquela parvoíce boa, que empurra para a frente.
Às vezes consigo. Às vezes não.
E não é que quando consigo…sou mais feliz? 😉