Quando vi este livro há uns tempos, navegando por aqui e por ali na internet, decidi logo que tinha de o ler. O título, a sinopse, tudo me fez soar as campaínhas cá dentro. Neste processo eterno de acreditar e buscar o bem. Não me enganei. Adorei.
Reflexões sobre o bem e o mal, sobre as relações de pais e filhos, sobre vida e morte, sobre superação, sobre crises e recuperações. Fala contra esta aceleração da vida, que nos corrói, e contra a violência que nos rodeia de tantas formas. Fala do bom e do mau de vários ambientes de trabalho, da dedicação ou toxicidade que se encontra. Fala de acreditar num mundo melhor. E aponta exemplos de tolerância e perdão, mas também não nos esconde os fanatismos, a dureza e a crueldade.
A frase com que abre o livro é brutal e indicou-me que o que vinha deixaria em mim, depois destas palavras, um forte rasto: “Jamais saberemos o impacto que temos sobre os outros.” Porque todos somos influenciados e influenciamos, todos damos e recebemos. E nos nossos pequenos círculos, buscamos força e oferecemos luz, cada qual com as suas próprias crenças e fazendo o seu caminho.
De facto, o mais forte apelo no livro é o da urgência em rehumanizar o olhar. No meio da crueldade, conseguir trazer ternura. No meio do ódio, o amor. Iluminar, de dentro para fora.
Ficou a ressoar cá dentro uma frase com que fecha um dos muitos artigos: “… o bem e o mal são igualmente contagiantes, mas o bem é infinitamente mais luminoso.”
A Laurinda Alves tem um estilo de escrita muito bonito, sonhador, esperançoso. Este livro reúne algumas das crónicas dela no Observador, e são de facto deliciosas. Vou acompanhar mais a sua escrita, de certeza. Inspira.
Faz-nos pensar e sobretudo acreditar um pouco mais.
Acreditar que o mundo cão às vezes tem gente boa.
E que os portugueses fazem muita falta ao mundo.
Isso, a mim, basta-me para encher o coração.
Olá Paula.
Obrigada pela dica. Resolveste-me um problema. Já sei o que vou oferecer à minha mãe no dia da mãe! Claro que quando ela o terminar também eu o vou ler 😉 Fiquei super curiosa. Sempre gostei das crónicas da Laurinda Alves!
Bom dia para ti!
É mesmo um bom livro, Marta. 🙂 E olha que ela agora tem um novo, “Eu, tu e os outros”, que segue a mesma linha, também ficou de reserva para leitura futura. Bjs